Transtornos alimentares na infância e adolescência

transtornos alimentares

Os transtornos alimentares têm ocorrido mais frequentemente na infância e na adolescência, e é preciso saber um pouco sobre eles para identificá-los.

 

O que são transtornos alimentares?

Transtornos alimentares são doenças psiquiátricas caracterizadas por alterações comportamentais em relação aos hábitos alimentares.

 

Quais são os transtornos alimentares mais comuns entre crianças e adolescentes?

Os transtornos alimentares mais comuns entre crianças e adolescentes são:

  • Anorexia
  • Bulimia
  • Compulsão Alimentar
  • TARE (transtorno alimentar restritivo evitativo)

 

Existe alguma causa para os transtornos alimentares?

Muitos fatores podem estar envolvidos com a manifestação de transtornos alimentares, como:

  • Predisposição genética
  • Questões socioculturais
  • História de transtorno alimentar ou transtorno de humor na família
  • Extrema valorização do corpo magro
  • Experiência traumática na ingestão de algum alimento
  • Morte de algum dos cuidadores
  • Influência de hábitos alimentares dos pais

 

Há diferença entre os gêneros? Quem tem mais transtorno alimentar, meninos ou meninas?

Os transtornos alimentares são mais frequentes em meninas.

Meninos, quando apresentam o transtorno, costumam ter mais compulsão alimentar.

 

Em qual idade os transtornos alimentares costumam ocorrer?

A anorexia e a bulimia costumam ocorrer no início da adolescência, quando a preocupação com um corpo magro fica mais frequente.

 

O que é a anorexia?

A anorexia nervosa é uma doença em que ocorre uma restrição do consumo de alimentos por medo de ganhar peso.

Ocorre também uma distorção de imagem, e apesar da pessoa estar abaixo do peso, ela se enxerga como obesa.

 

Quais são as consequências de anorexia?

A criança com anorexia nervosa pode apresentar frequência cardíaca lenta, pressão arterial baixa, queda de cabelos, excesso de pelo facial, perda muscular, e dificuldade de concentração.

Pode haver falta de interesse em brincadeiras e alteração na socialização.

Em adultos, os sintomas como fadiga e desidratação podem ocorrer.

 

O que é a bulimia?

A bulimia é uma doença em que há uma ingestão de uma grande quantidade de alimentos, seguida de mecanismos compensatórios, como vômitos, uso de laxantes, longos períodos sem comer ou exercício físico intenso.

 

Quais as consequências da bulimia?

A bulimia pode levar à dor abdominal, alterações do hábito intestinal, desidratação, distúrbios dos eletrólitos sanguíneos, cáries dentárias e inflamações do esôfago.

 

O que é a compulsão alimentar?

A compulsão alimentar é a ingestão descontrolada de grande quantidade de alimentos, sem apetite e sem mastigar, com sensação de perda de controle, e sem mecanismos compensatórios subsequentes.

 

Quais as consequências da compulsão alimentar?

A compulsão alimentar pode levar a um ganho excessivo de peso, alterações na glicose sanguínea, nos lipídeos circulantes (colesterol, triglicerídeos), gordura no fígado e doenças cardiovasculares.

 

O que é o transtorno alimentar restritivo evitativo?

O transtorno alimentar restritivo evitativo é caracterizado pela falta de interesse nos alimentos, e a pessoa enxerga o fato de comer como algo desinteressante, ou obrigatório.

Pode haver restrição na quantidade de alimentos ingeridos ou comportamentos evitativos (alimentação pouco variada), causando prejuízo psicossocial.

As crianças com o transtorno podem evitar determinadas texturas de alimentos, comer quantidades muito pequenas nas refeições ou ter medo de comer.

 

Quais as consequências do transtorno alimentar restritivo evitativo?

O transtorno pode levar à dificuldade de ganho de peso, prejuízo no crescimento e dificuldade nas relações sociais.

 

O transtorno alimentar restritivo evitativo está relacionado a outros transtornos?

  • Pode haver relação entre o transtorno e outras doenças, como:
  • Transtorno do espectro autista
  • Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
  • Transtorno obsessivo- compulsivo
  • Transtorno do desenvolvimento intelectual

 

Os transtornos alimentares podem ser fatais?

Se o transtorno alimentar não for tratado, as consequências físicas podem ser extremamente graves, e eles podem ser fatais.

Isso ocorre com mais frequência no caso da anorexia, em que a perda excessiva de peso leva a muitas manifestações físicas ameaçadoras da vida.

 

Quando suspeitar de um transtorno alimentar no meu filho?

O ideal é que os pais façam as refeições, ou pelo menos algumas refeições do dia, junto com os seus filhos.

No momento da refeição, é possível observar alguns sinais de alarme, no caso de um transtorno alimentar estar acontecendo, como:

  • Recusa de determinados alimentos, dando preferência apenas a verduras e legumes
  • Ingestão de quantidade muito pequena de comida
  • Recusa de se sentar com os pais para comer
  • Desculpas para não comer

No caso da bulimia, pode haver cólicas intestinais pelo uso frequente de laxantes, e desgaste do esmalte dentário, pelos vômitos excessivos.

 

Como é a percepção corporal das pessoas com transtorno alimentar?

No caso da anorexia e da bulimia, a percepção corporal é ruim, e a criança ou adolescente se espelha num corpo ideal, tentando controlar o que come ou realizar mecanismos compensatórios para chegar nele.

Assim, a aparência corporal também pode dar sinais de que um transtorno alimentar está acontecendo. É importante estar atento aos seguintes achados:

  • Pele seca
  • Cabelos e unhas frágeis
  • Baixo peso
  • Corpo muito frio
  • Magreza excessiva
  • Cansaço frequente
  • Ausência de menstruação
  • Medição diária do peso

 

O que fazer se eu suspeitar que minha filha tem um transtorno alimentar?

Se houver suspeita de um transtorno alimentar, o ideal é agendar uma consulta pediátrica para que o diagnóstico seja confirmado, e a tratamento seja iniciado.

 

Como é feito o tratamento dos transtornos alimentares?

O tratamento dos transtornos alimentares na infância e adolescência é feito com a participação de diversos profissionais da saúde, como pediatra, nutricionista, psicoterapeuta e psiquiatra.

A participação e o apoio da família no tratamento são fundamentais para a adesão e a resposta ao tratamento.

Em algumas situações, o transtorno alimentar está relacionado a outros transtornos psíquicos, e a abordagem terapêutica precisa ser ampla para um tratamento eficaz.

 

Conclusão

Os transtornos alimentares são doenças que acometem crianças e adolescentes, causando alterações físicas, psicossociais e até risco de vida.

O diagnóstico precoce é importante para que o tratamento seja feito o quanto antes, e a participação da família é importantíssima, contribuindo para que uma relação saudável com o corpo e com a alimentação se estabeleça novamente.

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