Os cuidados com as crianças nas férias de verão

Cuidado com as crianças no verão

As crianças esperam muito pelas férias de verão para terem diversão na companhia da família.

Entretanto, alguns cuidados são importantes para a prevenção de acidentes e doenças comuns nas férias de verão.

 

Vou para a praia com as crianças nas férias de verão. Quais cuidados devo ter? 

No verão, a praia é um destino muito procurado pelas famílias em férias.

Alguns cuidados precisam ser tomados, em relação a queimaduras solares, picadas de insetos, desidratação e acidentes.

 

Proteção solar 

A proteção solar é imprescindível. Os horários mais aconselháveis para exposição solar são antes das 10 horas da manhã e após as 16 da tarde.

Mesmo nesses horários, a proteção física é importante, através de chapéus, camisetas com fator de proteção solar, e guarda-sóis.

O protetor solar deve ter o fator de proteção solar acima de 30, e em crianças com a pele muito clara, procurar protetores com fatores mais altos.

O filtro solar deve ter proteção UVA e UVB e ser resistente à água, e ser reaplicado após o contato com a água, ou de acordo com a orientação do fabricante.

 

Proteção contra picadas de insetos 

Hoje em dia, há vários repelentes para crianças a partir de 6 meses, alguns em gel, outros em loção ou em spray.

É importante lembrar de reaplicar o repelente no horário orientado pelo fabricante, e aplicar em todas as áreas expostas.

Não aplicar no rosto e nem nas mãos, se a criança costuma levar as mãos à boca.

A proteção física pode ser feita com mosquiteiros, na hora de dormir, e com telas nas janelas.

O ar-condicionado também ajuda a espantar os mosquitos, que não gostam de temperaturas frias.

Os repelentes elétricos podem ser colocados próximos a janelas e portas, diminuindo a entrada de mosquitos.

Deve-se ter o cuidado de não os colocar muito próximos das camas das crianças, para evitar possíveis reações alérgicas.

 

Hidratação

As crianças devem receber uma quantidade maior de água e líquidos durante o verão para uma boa hidratação.

Deixe uma garrafa de água sempre disponível, ofereça frutas ricas em água, água de coco, sucos naturais durante o dia, principalmente se a criança estiver exposta ao sol ou praticando atividade física.

Os sinais de desidratação são: boca seca, olho fundo e sem lágrima, a criança fica mais “molinha”, diminuição do volume urinário.

Caso perceba alguns desses sinais, procure oferecer mais líquidos, e se o sintoma persistir, consulte o pediatra.

 

Acidentes

As crianças em geral são mais propensas a sofrer acidentes, mas nas férias, esse risco costuma aumentar.

Algumas situações contribuem para isso: 

  • Ambiente diferente, com riscos que os pais não conseguem avaliar
  • Grande quantidade de pessoas nos locais, o que causa distração nos pais, além de “novos cuidadores”, pessoas que não estão acostumadas com o ritmo da criança, e podem não perceber os riscos
  • Brinquedos novos, como bicicletas, patinetes, patins, skates, que podem predispor a quedas
  • Brincadeiras na água:  mar, ambientes com piscina

Assim, é importante estar atento à criança no novo ambiente.

Uma boa ideia é sempre delegar um adulto que estará responsável por observar a criança por determinado tempo – quando todos cuidam, ninguém realmente está cuidando.

É preciso tomar cuidado especial com janelas, portas, fogões, para garantir a segurança dos pequenos.

Crianças nunca devem ficar sem a supervisão de um adulto em ambientes aquáticos. As boias e coletes salva vidas são úteis para o aumento da segurança na água, mas não dispensam a presença do adulto.

Os cuidadores devem desencorajar brincadeiras de correr e pular na piscina, empurrar amigos ou dar “caldos”, e orientar a descer pela escada.

É importante sempre saber a profundidade da piscina, onde são os pontos de sucção e se foram colocados produtos químicos nela.

É preciso observar também o entorno da piscina, se é escorregadio ou quente demais, para evitar queimaduras nos pés ou escorregões.

 

E os bebês ? Quais são as recomendações para os bebês na praia? 

Os bebês menores de 6 meses podem ser levados à praia para passeios, mas não devem ter contato com a areia e nem com a água do mar.

Antes dos seis meses, a proteção solar só pode ser física, com roupas, chapéus e guarda-sóis.

Os repelentes podem ser aplicados na roupa, longe do rosto do bebê (mais próximo dos pezinhos).

Pode-se colocar mosquiteiros no berço ou no carrinho. Se o bebê ainda não toma água, deve-se aumentar a oferta de leite materno ou de fórmula infantil para garantir a hidratação.

O bebê pode ter queimadura solar mesmo se estiver à sombra, pela reflexão da luz do sol. Portanto, nos horários entre 10:00 e 16:00 deve ser mantido dentro de casa, em ambiente arejado.

A partir dos 6 meses, o bebê já pode usar protetor solar e repelente, mas a proteção física deve ser mantida, pois a pele é muito delicada.

É interessante utilizar uma piscina pequena inflável com brinquedinhos do bebê, que pode ser colocada embaixo do guarda-sol, o que garante a diversão, a proteção solar e a temperatura adequada.

No caso de contato com areia ou água do mar, lavar o bebê com água corrente assim que possível, e levar toalha e troca de roupa para ele ficar quentinho.

As fraldas de piscina são úteis no caso de o bebê entrar na água do mar ou da piscina, mas lembre-se: elas não seguram a urina, apenas as fezes!

 

Vou para o sítio com as crianças nas férias de verão. Alguma recomendação especial? 

Em relação a ambientes rurais, as recomendações de proteção solar e ambientes aquáticos continuam as mesmas, mas alguns cuidados diferentes devem ser tomados em relação aos acidentes.

O ambiente da fazenda e do sítio costuma ser maior, e as crianças adoram explorar. É importante que tenham roupas e calçados adequados para evitar escorregões e quedas, e que sejam sempre supervisionadas nessas aventuras.

Alguns animais podem representar perigo no ambiente campestre, como cobras, aranhas e escorpiões. É recomendável verificar o ambiente externo e interno para identificar a presença de algum animal peçonhento.

É preciso ficar atento à situações fora do cotidiano, como fogueiras, banhos de rio, e a orientação de segurança às crianças nessas situações deve sempre ser feita.

 

Conclusão 

As férias são ansiosamente esperadas, e são uma excelente oportunidade de diversão, descanso e contato com a família e os amigos. Alguns cuidados são necessários para a promoção da saúde dos pequenos e para a prevenção de acidentes. Com cuidado, atenção e bom senso, garantimos que as lembranças das férias estejam nas lindas fotografias e nas boas gargalhadas das crianças, sem acidentes ou contratempos.

Dra. Mariana Nogueira de Paula, mãe da Ana Luísa, Helena e do Miguel.

Pediatra, Gastropediatra e Hepatologista Infantil
Santo André e Grande ABC

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